domingo, 22 de janeiro de 2012

O fim da escuridão

  Dizem, que a justiça tarda mas nunca falha... eu discordo, respeitosamente. Não sei do resto do mundo, mas não acho correto pagar por um crime, que não se cometeu. A punição dele foi severa! Exilado de seu lar, de um reino cheio de glória. Obrigado então a vagar sozinho, e sem boa parte de suas memórias na Terra. Um arcanjo sem asas, vivendo entre os homens, cercado de pecado e dor. De guerras, ódio e preconceitos :
 

  Minha mente está cansada, e meu corpo alquebrado. Meus olhos buscam respostas que talvez, no horizonte dos homens não estejam. Minhas pernas sem forças, quase se negam a trilhar por um caminho estéril, e sem perspectivas. Não tenho lembranças nem sonhos, somente o vazio e a tristeza me seguem para onde vou, de cidade para cidade, os cenários mudam, mas sinto no fundo da alma... que esse não é meu lugar. Quem eu sou de verdade? Meu nome, minha estória, é tudo tão cinza e opaco, apenas flashes imagens distantes. De um lugar diferente deste, um lugar além dos sonhos e cheio do mais majestoso poder. Mas agora a estrada em baixo de meus pés, é somente nela que posso me apegar. Eu não tenho rumo nem casa, simplesmente caminho, e sigo em frente de cidade para cidade de um lugar para outro. E hoje fixo na cruel realidade, que por ironia me trouxe a um lugar inusitado. Me deparo depois de muitas andanças com uma grande metrópole populosa,  a visão de seus titânicos arranha céus para mim é emblemática. O ser humano parece ansiar chegar ao ponto mais alto e privilegiado que puder, ascensão, ostentação e onipotência. Querem ser grandiosos em tudo, e muitas vezes deixando de lado o bem mais precioso, a humildade. Mas no fim das contas quem sou eu para julgar os outros, somente um andarilho solitário e sem destino certo. E essa metrópole onde cheguei... como tantas outras deveria ser somente, fria, indiferente e perigosa. Afinal, por mais que se tente ver o lado bom das coisas, selva é sempre selva!  
    Mas meu coração me impulsionou até aqui por algum motivo, e me fez enxergar esse cenário de outra forma, como se aqui eu pudesse ter a chance dourada de obter meu perdão. E finalmente minhas asas de volta. Meu coração fala comigo! E surpreso eu o escuto, e baixinho ele diz que preciso encontrar algo ou alguém nesse lugar de arranha céus; Alguém pequeno mas de alma sofrida, porem forte e pura. Que trará fim a escuridão do esquecimento e ao meu exílio. Agora não há mais tempo a perder, não posso descansar até encontrá-lo, pois meu coração diz também que se por ventura esse pequenino for a chave para o fim da escuridão, grande perigo ele corre!

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