domingo, 22 de janeiro de 2012

 

Selva... é sempre selva!

A cidade pulsa, a cidade suspira, a cidade lamenta. Entre um emaranhado de arranha céus e suas luzes artificiais, a noite não parece tão sombria e escura como deveria ser. Mas o evento não  muda o fato. E a noite escura continua sendo o que sempre foi, traiçoeira negra... e macabra! Mesmo que o homem tente mascará-lá de todas as formas possíveis. Pois os humanos são assim, de modo vicioso tentando avidamente controlar o que não podem!                                                                 *** 
  As teias que conectam o mundo inteiro ditam a velocidade rápida com que a humanidade interage, na verdade quanto mais nossa tecnologia avança mais fisicamente, nos distanciamos uns dos outros. Interatividade nem sempre é relativa a proximidade.

   E muitas vezes a solidão é a única companheira, para muitos em uma vasta metrópole feito essa. Ruas e avenidas repletas de pessoas, que quase se chocam em seus passos apressados... e mesmo assim sequer olham-se. Que se espremem dentro de metrôs lotados e sequer notam que o ser humano ao seu lado existe. A cidade tem suas próprias peculiaridades, suas maravilhas reluzentes e titânicas de concreto, até seus covis mais sujos e escuros. A noite na grande cidade pulsa, e não faz reduzir seu ritmo em nada. Um labirinto de cores, vultos, sons e promessas desfeitas. Ela é uma selva como qualquer outra, porem cinza fria e de ar venenoso.
  E é exatamente quando o sol se esconde, que ´´aqueles`` de hábitos noturnos saem de seus ninhos, e tudo se torna muito mais perigoso. Mesmo tarde há avenidas repletas de pessoas indo e vindo muitos rostos, muitos nomes, cada alma repleta de sonhos e desejos. Muitas pessoas corretas e de boa índole, mas infelizmente entre tantos bons cordeiros, sempre existem os cruéis predadores. E com seus olhos amarelos cheios do mais primário mal, o maior dos assassinos, o maior dos predadores, passeia entre os homens nessa tumultuosa selva. Excitado e ansioso entre tantos corações pulsantes, ele mal consegue se conter estando tão perto de tantas criaturinhas tão belas e frágeis. Tantos corpos para retalhar, e tantas almas para despedaçar. Os humanos se chocam, trombam um no outro um contato rápido e indiferente. Mas para o demônio caçador e assassino, para varrer a mente e se deleitar com as lembranças e segredos podres de cada mortal, um simples toque é o suficiente. Então ele cambaleia em meio a multidão, em um balé sinistro e venenoso, tocando quantos ele consegue, e se alimentando da dor e dos infortúnios de cada um. Ele está maravilhado em um oceano de desgraças e tristezas.
 Mas... olhem só, quanta ironia essa noite trouxe com ela! O destino irá pregar uma peça cruel no sádico predador, pois nem mesmo um demônio vindo do próprio inferno está livre dele. Que coincidência magnífica esses dois se cruzarem aqui, que choque maravilhoso será, essas duas potências se encontrando... em um lugar tão inusitado. Se Alastor pudesse prever a dor que irá sentir agora, ao esbarrar em um certo transeunte desconhecido que veio de muito longe, um andarilho sem memórias ou destino... no arcanjo exilado que também busca a criança que o próprio Alastor procura na Terra. Um arcanjo que trás a cólera do onipresente criador dentro dele. Será um segundo de contato, em que Alastor tentará  entrar onde não deve. Um segundo brutal... que o demônio assassino vai lembrar para o restante de sua curta e podre existência.

Um comentário:

  1. Vdd ser olham os seres humanos, são muito estranhos falo por mim mesma.

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